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O julgamento nosso de cada dia

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Na acepção psicológica julgamento refere-se a uma avaliação com base em valores pessoais, para proferir uma decisão ou realizar uma ação (vide Wikipedia).

A princípio, parece algo distante de nós. Julgamento é uma palavra forte , pesada embora esteja sutilmente presente em nossa relação com o mundo e com nós mesmos.

Logo ao acordar pela manhã, sem perceber, começamos a tecer julgamentos. O dia tá chuvoso (fato), isso é bom ou ruim??? Bonito ou feio??? A resposta será um julgamento, feito a partir de nossas vivências e crenças. Quando nos olhamos no espelho e emitimos uma opinião, mesmo que mental: julgamento. Em outro momento falarei mais sobre o auto julgamento, um mecanismo destruidor de nós mesmos.

Enfim, passamos boa parte do nosso tempo emitindo julgamento a respeito de nós, do outro e dos fatos da vida.

Em síntese, sabe aquele momento em que você senta ao lado de um amigo e comenta sobre a vida alheia com tom crítico? Julgamento!
Daria para dar milhões de exemplos de como julgamos, mas quero mostrar a outra face da moeda do julgamento.

Juiz da vida alheia

O juiz que tece sentenças sobre a vida alheia se distancia da própria dor. Quanto mais as escolhas e a forma do outro viver me interessa, menos eu cuido daquilo que diz respeito a mim.

Agindo dessa forma eu, de forma inconsciente, me coloco em situação de superioridade ao ponto de julgar saber o que é melhor para o outro! É a vaidade em ação, é como se eu acreditasse que minhas escolhas são as melhores e a partir delas eu condeno quem pensa diferente. Condeno e sentencio. Se eu não bebo e alguém bebe: não é de Deus. Se eu bebo e o outro não bebe: um careta! Minha religião é a melhor, meu templo é melhor…

Veja bem, nem sempre sabemos o que é melhor para nós mesmos!
No hermetismo temos a Lei da Correspondência (o que está em cima é como o que está embaixo, o que está dentro é como o que está fora) então tudo que pensamos/sentimos, de alguma forma atraímos. Com o julgamento é possível perceber que começamos a atrair pessoas com o mesmo comportamento, criamos grupos, subgrupos, amizades com a finalidade inconsciente de camuflar nossa insegurança tecendo julgamentos sobre a vida alheia.

Mas quem sou eu pra julgar?

Julgar e ser julgado é ainda um desafio na busca do auto conhecimento.
Ainda somos seres em construção e o importante, pra quem estiver nessa busca, é observar seu olhar pro mundo, observar os assuntos que permeiam suas relações.

Certo e errado, bem e mal, feio e bonito… Já chega, né?
Que tal certo pra mim, errado pra mim? E assim eu faço as minhas escolhas dentro do que eu acredito ser o melhor e entendo que o outro tem suas crenças e vivências que guiam seu caminho.

Posso ser feia e bonita de acordo com a hora do dia, com o olhar de quem me vê. Eu sou tudo junto… Assim saio do julgamento e entro no ajuntamento, onde me permito ser tudo, de acordo com a situação ativo em mim aquela força oposta.

As opiniões dos outros não definem que eu sou, tão pouco minha opinião define alguém. Sinto liberdade quando penso assim. Posso ser quem eu quiser e permito o outro ser também. E assim teremos relações mais justas e mais verdadeiras onde não preciso mais atender a expectativa de ninguém.

Um mundo sem julgamentos

Às vezes me pego imaginando um mundo assim mais leve, onde eu posso ir e vir sem receber rótulos, do mesmo modo que o outro não existe pra me agradar, mas para manifestar o divino dentro dele.

Definitivamente seríamos mais saudáveis assim. Sem obrigação de seguir moda, regras e dogmas que não fazem sentido pra mim somente com o objetivo de pertencer a um grupo ou de agradar alguém que se coloca em um papel superior. Cada um vivendo de acordo com o grau de consciência que se tem da vida.

Afinal, em cada ser existe uma essência divina e sagrada e o livre arbítrio nos dá o direito de escolher como e onde manifestá-la.

Tudo é como é, tudo está perfeito do jeitinho que está. Nem certo nem errado. E assim eu escolho como me relacionar com os fatos da vida, dando-me a chance de aprender com minhas escolhas de rever aquilo que já não me serve mais e definitivamente me permito a integridade e nem por isso ser julgada como desequilibrada, gananciosa, fraca etc etc etc.

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Camila Lima

Camila Lima

Sócia fundadora do Espaço Célula Mater, é psicóloga, terapeuta energética-espiritual, consteladora sistêmica e Reikiana nível 3.

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