O que é se curar? O que envolve esse palavra que tem sido utilizada de forma tão corriqueira?
Cura tem o sentido de restabelecer a saúde. Parece simples, mas envolve tantos fatores que torna essa busca uma verdadeira jornada interna. Lidar com as questões da nossa alma adoecida tem sido o único caminho de encontrar equilíbrio no corpo físico. Uma está diretamente ligada à outra.
Não haverá mais saúde no corpo físico sem o equilíbrio de todas as instância que envolvem o nosso existir. Casos e casos de doenças como depressão, síndrome do pânico, ansiedade e doenças reincidentes comprovando esse fato.
Temos observado um número crescente de médicos em busca de técnicas que alcancem além da matéria, pois percebem a limitação da sua própria atuação, assim como pacientes que já se cansaram do “não diagnóstico” procurando terapias que possam amenizar as dores que sentem.
Atualmente o próprio SUS reconhece algumas técnicas terapêuticas como uma forma de integrar tratamentos de saúde, complementando a atuação da medicina.
A grande sacada é entender como as doenças vão se formando a partir das emoções e entender tudo que envolve o adoecer.
Se você acha o corpo humano algo complexo (e não discordo), talvez você não imagine o quanto nossas sombras são enigmáticas… O quão forte e sorrateiro é um sentimento/emoção que te acompanha durante uma vida inteira.
A cura é o caminho de volta… De volta às vezes a um lugar que nunca estivemos. Exige a coragem em entrar em contato com situações que muitas vezes negamos em nós.
Muitos se recusam a olhar, tentando enfrentar a vida como se fosse possível construir algo novo sem resolver o que está embaixo do tapete… Vamos tropeçar hora ou outra, vamos andar em círculo, patinar, até que, um dia quem sabe, a gente resolva entrar em contato com essas dores. Isso é cura, é ir na essência, no cerne e, como adultos ressignificar, acolher, aceitar, conviver, compreender aspectos da nossa alma que querem ser vistos…
Estaremos sempre em contato com situações sobre nós mesmos que precisaremos rever, às vezes com mais intensidade, outras menos… Normalmente esses aspectos podem se apresentar nos relacionamentos íntimos, na forma como olhamos o mundo, em diagnósticos de algum transtorno emocional, como me relaciono comigo mesma e com o universo.
Sabe aquela sensação de insatisfação quando ouvimos alguma crítica? Diz respeito a nós! A negação na hora do confronto de ideias é um grande sinal de algo que preciso olhar. A carência afetiva diz respeito às minhas dores e não ao outro que se foi ou que não corresponde a minha expectativa.
A busca da cura é sem fim, é constante e diária. Não está em uma harmonização ou em uma ou outra sessão de Reiki, essas são ferramentas que aliviam sintomas, assim como analgésicos reduzem as dores e são essenciais para que possamos dar os primeiros socorros.
O caminho da cura é muito mais profundo, muito mais doloroso e libertador, é para os corajosos e para aqueles que não estão aqui a passeio.
Eu como psicoterapeuta, não posso levar meus pacientes onde não fui. Não posso contribuir com a cura daquilo que ainda dói em mim. Não sou salvadora de ninguém e tenho minhas limitações que me servem de degrau na minha própria jornada de cura.
Um caminho de flores espinhosas, lama, ventinho fresco na face é o que podemos encontrar nessa busca tão temida e tão grandiosa.